Conforme ressalta a Dra. Thaline Neves, a pré-eclâmpsia representa uma das complicações mais graves da gestação e continua sendo uma preocupação constante na medicina fetal. Aliás, o risco não está apenas nos sintomas evidentes, mas também em sua evolução silenciosa, capaz de comprometer a saúde materna e fetal rapidamente. Desse modo, a condição, quando não identificada e tratada de forma precoce, pode levar a desfechos graves, como parto prematuro, restrição de crescimento intrauterino e, nos casos mais críticos, óbito.
Assim sendo, dada a sua gravidade, é essencial compreender o que é a pré-eclâmpsia, como ela se manifesta e quais são os caminhos para sua prevenção e tratamento. Pensando nisso, acompanhe este artigo até o final para conhecer os sinais de alerta, entender os fatores de risco e saber o que fazer diante de um diagnóstico de pré-eclâmpsia.
O que é a pré-eclâmpsia e por que ela representa um risco na medicina fetal?
A pré-eclâmpsia é uma condição hipertensiva específica da gravidez, caracterizada pelo aumento da pressão arterial e pela presença de proteínas na urina, que costuma ocorrer após a 20ª semana de gestação, de acordo com a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves. Essa síndrome pode evoluir de forma rápida e inesperada, afetando tanto a mãe quanto o bebê.

No contexto da medicina fetal, a pré-eclâmpsia é vista como uma ameaça significativa porque compromete a circulação uteroplacentária, reduzindo o fornecimento de oxigênio e nutrientes ao feto. Isso pode levar ao chamado crescimento intrauterino restrito (RCIU), além de aumentar as chances de descolamento prematuro da placenta e sofrimento fetal.
Por fim, casos graves de pré-eclâmpsia podem progredir para eclâmpsia, caracterizada por convulsões e risco de vida. Por isso, o acompanhamento pré-natal adequado é essencial para a detecção precoce da condição e para a adoção de medidas preventivas, como destaca Thaline Neves.
Os principais sintomas da pré-eclâmpsia
Apesar de alguns sinais serem visíveis, a pré-eclâmpsia pode evoluir de maneira silenciosa. Por isso, conhecer os sintomas é crucial para buscar atendimento médico imediato. Tendo isso em vista, os sintomas mais comuns incluem:
- Pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg)
- Inchaço repentino, especialmente em mãos, rosto e pés
- Dor de cabeça persistente
- Visão turva ou sensibilidade à luz
- Dor intensa na parte superior do abdômen
- Náuseas ou vômitos
Segundo a Dra. Thaline Neves, esses sintomas podem surgir isoladamente ou em conjunto, o que reforça a importância de relatá-los ao obstetra durante as consultas. Isto posto, em muitas situações, apenas exames laboratoriais são capazes de confirmar a presença da proteína na urina e a gravidade da condição.
Quais são as possíveis causas da pré-eclâmpsia?
Embora a ciência ainda investigue os mecanismos exatos da pré-eclâmpsia, existem alguns fatores de risco bem estabelecidos. A seguir, veja os principais fatores que aumentam as chances de desenvolver a pré-eclâmpsia:
- Primeira gestação
- Histórico familiar da condição
- Gravidez múltipla (gêmeos ou mais)
- Hipertensão crônica ou doenças renais pré-existentes
- Diabetes
- Obesidade
- Idade materna acima de 35 anos
Ou seja, esses fatores não garantem o desenvolvimento da pré-eclâmpsia, mas indicam maior vulnerabilidade. Por isso, o pré-natal de alto risco é recomendado para gestantes que se enquadram em algum desses perfis.
Como é feito o diagnóstico da pré-eclâmpsia?
O diagnóstico da pré-eclâmpsia depende da avaliação clínica e laboratorial. Além da pressão arterial elevada, é necessária a detecção de proteína na urina (proteinúria) para confirmar a condição. Já em casos mais graves, outros exames podem indicar alterações na função hepática, plaquetopenia e comprometimento renal.
Portanto, o acompanhamento contínuo da gestante é determinante para avaliar a progressão da doença e definir a conduta mais segura, conforme enfatiza Thaline Neves, médica proprietária da Clínica View. Muitas vezes, a internação hospitalar é indicada para garantir o monitoramento intensivo da mãe e do feto, especialmente se houver sinais de agravamento.
Os tratamentos indicados para a pré-eclâmpsia
O tratamento da pré-eclâmpsia depende da gravidade da condição e da fase gestacional. Em casos leves, é possível realizar o controle ambulatorial com medicação anti-hipertensiva e repouso. Já nas formas mais graves, a hospitalização se torna necessária. Veja a seguir os principais cuidados adotados no tratamento da pré-eclâmpsia:
- Uso de medicamentos anti-hipertensivos: para manter a pressão arterial sob controle
- Monitoramento fetal constante: por meio de ultrassonografias e exames doppler
- Reposição de magnésio: para prevenção de convulsões (sulfato de magnésio)
- Indução do parto: quando a condição ameaça a vida da mãe ou do bebê
- Suporte intensivo em unidade hospitalar especializada
O parto, muitas vezes, é a única solução definitiva para interromper a progressão da pré-eclâmpsia. Assim sendo, a decisão sobre o momento certo deve equilibrar o risco da prematuridade com o risco de agravamento da doença, garantindo a segurança de ambos.
A importância da vigilância e do cuidado contínuo
Em conclusão, a pré-eclâmpsia é uma condição séria, que exige atenção redobrada durante o período gestacional. Isto posto, com um diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível minimizar os riscos e preservar a saúde da mãe e do bebê. Logo, não negligenciar os sinais e seguir à risca as orientações médicas pode fazer toda a diferença nos desfechos da gestação. Por fim, a prevenção começa com informação e cuidados constantes ao longo de toda a gravidez.
Autor: Stephy Schmitz