O tributarista Leonardo Manzan informa que a entrada em vigor do Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira (CBAM) da União Europeia impõe novas exigências para os exportadores brasileiros. O CBAM é um instrumento que busca equalizar o custo do carbono entre produtos importados e europeus, evitando a chamada “fuga de carbono”. Na prática, isso significa que empresas que exportam para a Europa precisarão comprovar suas emissões e, em alguns casos, pagar taxas correspondentes ao carbono embutido em seus produtos.
O novo cenário exige adequação regulatória e contábil. O Brasil, como grande exportador de commodities e bens industriais intensivos em energia, deverá alinhar-se a padrões internacionais de verificação e reporte de emissões. O impacto será direto sobre setores como siderurgia, cimento, alumínio e fertilizantes, que já figuram entre os segmentos priorizados pelo regulamento europeu.
O funcionamento do CBAM na visão de Leonardo Manzan
Como explica Leonardo Manzan, o CBAM é estruturado sobre a lógica de equivalência regulatória. Exportadores de países que adotam sistemas de precificação de carbono compatíveis com o europeu poderão ter compensações parciais ou isenções no pagamento. Dessa forma, a existência de um mercado nacional regulado, como o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), torna-se instrumento estratégico de competitividade internacional.

O mecanismo prevê que os importadores europeus relatem as emissões incorporadas aos produtos adquiridos e adquiram certificados CBAM correspondentes. A falta de comprovação adequada implicará em custos adicionais, o que pode reduzir a margem de lucro dos exportadores não adaptados. Por isso, empresas brasileiras precisam investir em metodologias de medição e certificação reconhecidas globalmente.
A interoperabilidade entre os sistemas de verificação nacionais e europeus será decisiva. Protocolos padronizados de mensuração e auditoria devem garantir confiabilidade e evitar dupla contagem de emissões.
Preparação jurídica e fiscal para o novo cenário internacional
Na avaliação de Leonardo Manzan, a adequação ao CBAM transcende a questão ambiental e alcança o campo jurídico-tributário. As empresas terão de adotar estratégias de compliance que incluam relatórios de emissões auditáveis, contratos com cláusulas ambientais e revisão de obrigações acessórias. A ausência de uniformização pode gerar custos fiscais inesperados e riscos reputacionais relevantes.
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Também será necessário ajustar políticas de incentivos fiscais para compensar os custos de adequação. Benefícios vinculados a investimentos verdes, pesquisa e desenvolvimento em tecnologias limpas e créditos tributários por redução de emissões podem equilibrar a competitividade das exportações brasileiras.
A articulação entre o Ministério da Fazenda e o Itamaraty também ganha importância. A definição de acordos bilaterais e o reconhecimento mútuo de sistemas de precificação de carbono podem reduzir as barreiras comerciais e ampliar o acesso dos produtos brasileiros aos mercados europeus.
Impactos econômicos e oportunidades estratégicas
Como observa Leonardo Manzan, o CBAM pode ser interpretado não apenas como um desafio, mas também como um catalisador de modernização industrial. Ao adotar padrões de baixo carbono, o Brasil fortalece sua posição nas cadeias globais de valor sustentável. A conformidade regulatória passa a ser diferencial competitivo, e não mera obrigação.
Setores que investirem precocemente em rastreabilidade e certificação ambiental poderão capturar nichos de mercado e melhorar o acesso a financiamentos ESG. A convergência entre políticas tributárias, ambientais e comerciais será o eixo de uma nova estratégia de inserção internacional baseada em sustentabilidade.
Em contrapartida, o atraso na regulamentação interna e a falta de clareza sobre o SBCE podem expor exportadores brasileiros a custos adicionais. O alinhamento rápido e coordenado entre governo e iniciativa privada é essencial para evitar perda de competitividade.
Caminhos jurídicos para a integração regulatória e fiscal
Sob a ótica de Leonardo Manzan, o caminho mais seguro para a adaptação ao CBAM envolve a consolidação de um marco legal de precificação de carbono compatível com padrões internacionais. Essa convergência reduz incertezas, garante previsibilidade aos investidores e preserva o acesso aos principais mercados consumidores.
A integração entre o SBCE, o CBAM e a política fiscal brasileira permitirá o desenvolvimento de um sistema equilibrado de compensações e incentivos. O fortalecimento da governança ambiental e tributária colocará o país em posição vantajosa na economia verde global.
Conclui-se assim que o CBAM redefine o comércio internacional e exige do Brasil uma resposta jurídica e econômica coordenada. A adoção de instrumentos fiscais sustentáveis e de metodologias de verificação transparentes será determinante para garantir competitividade, reputação e crescimento sustentável das exportações nacionais.
Autor: Stephy Schmitz

